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O controle biológico de insetos-praga da cana-de-açúcar no Brasil é o maior programa de controle biológico do mundo. São mais de 3 milhões de hectare tratados com vespinhas de duas espécies (a Cotesia flavipes e a Trichogramma galloi) e com um fungo verde. Além de ser muito eficaz, o controle biológico da cana é mais barato do que o tradicional, com uso de inseticidas. No I Workshop de Controle Biológico para a região de Clima Temperado que acontece em Pelotas, Rio Grande do Sul, entre os dias 28 e 30 de abril, o pesquisador Alexandre de Sene Pinto, do Centro Universitário Moura Lacerda vai dar uma palestra sobre o tema.
Ainda não se conhece exatamente quais são as pragas que causam mais prejuízos nas lavouras de cana da região de Clima Temperado porque as plantações são recentes, mas o pesquisador diz que em todo o Brasil as duas principais pragas que atacam a cultura são a broca da cana-de-açúcar e a cigarrinha das raízes. A broca ataca a parte aérea da planta, consumindo as folhas e permitindo que um fungo entre pelo local onde ela se alimentou, o que causa a podridão vermelha, reduzindo a produtividade em 15%. Para controlá-las são usadas dois tipos de vespas e um fungo.
— O controle biológico em cana-de-açúcar no Brasil é exemplar, aliás é o maior programa do mundo. Cerca de 2 milhões de hectares de cana onde existe a broca da cana são tratados com uma vespinha (Cotesia flavipes) que ataca a fase de lagarta da praga. O segundo maior programa é o da cigarrinha das raízes em que se usa o fungo verde que controla tanto as linfas quanto os adultos da cigarrinha. Esse programa hoje tem cerca de um milhão de hectares. O terceiro maior programa, também para o controle da broca da cana-de-açúcar, é com o parasitóide de uma pequena vespa, que tem menos de 1 milímetro de tamanho chamada Trichogramma galloi, que controla a fase de ovo da broca da cana — explica Alexandre Pinto.
O pesquisador diz que o controle biológico de insetos-praga na cana é mais barato do que o controle com inseticidas. No uso da vespinha que ataca a fase de lagarta (utilizada desde a década de 1970) o custo é de R$ 17 por hectare já incluindo o produto, mão-de-obra e transporte. Mas a sua ação é um pouco mais lenta, demora de dois a três anos para controlar a broca com eficácia. Já a vespinha Trichogramma galloi, que ataca a fase ovular, custa cerca de R$ 45 por hectare por três aplicações. É mais caro, porém é muito eficiente porque garante o controle do inseto já no primeiro ano.
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